Ofensiva de Eduardo Bolsonaro contra aliados amplia rachas na direita.
A ofensiva de Eduardo Bolsonaro ao longo de 2025 contra aliados de diferentes grupos da direita vai minar o peso do apoio da família na próxima eleição, dizem parlamentares.
O caso de Tarcísio de Freitas (Republicanos) é relatado como o principal exemplo, mas os congressistas afirmam que a lógica é a mesma se aplicada a outros políticos da direita: Eduardo fez tantos ataques ao governador de São Paulo que, se ele eventualmente virar candidato à Presidência, o capital político do filho do ex-presidente não vai ajudar a conquistar votos.
Ele publicou publicações sobre a pauta da anistia por não aceitar a negociação do projeto da dosimetria — mais fácil de avançar no Congresso—; protagonizou debates pelo nome do presidente da direita; e brigou até por palanques estaduais para 2026.
Em paralelo, a escalada de ações nos Estados Unidos contra ministros do STF piorou o clima entre Congresso e Supremo. Os parlamentares também se colocaram contra a sua postura de defesa do tarifaço. Seu grupo político mandou recados e emissários invejosos para conversar pessoalmente com ele, mas nada adiantou.
Ele chegou a ser uma figura com poder de influência na Casa Branca . Mas a decisão de Donald Trump de revogar a sanção contra o ministro Alexandre de Moraes minou o que restava de força do filho do ex-presidente junto aos colegas no Congresso.
Em dezembro, disse em entrevista ao UOL que está "se lixando" se falarem que ele provocou divisão no campo da direita e negou que o bolsonarismo esteja perdendo força, além de defender o legado da família para a direita no Brasil e a candidatura de seu irmão e senador, Flávio Bolsonaro (PL), contra Lula em 2026.
Os embates de Eduardo
Ao longo do ano, Eduardo brigou com o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), o senador Cleitinho (Republicanos-MG) e o presidente da Câmara Hugo Motta (Republicanos-PB).
Fez ameaças ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), xingou o presidente do seu partido, Valdemar Costa Neto e o governador do Mato Grosso Mauro Mendes (União), criticou o presidente do Progressistas Ciro Nogueira (PI) e a senadora Tereza Cristina (PP-MS).
Ele entrou na brigada de Santa Catarina para defender a vaga do irmão Carlos Bolsonaro ao Senado e acabou ampliando a racha com o grupo da deputada estadual Ana Campagnolo, liderança política forte no estado.
Até com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro o racha ficou evidente . Eduardo, assim como os irmãos Flávio e Carlos, se opôs a ela em uma articulação no Ceará. E em entrevista ao UOL, disse que ela não estava preparada para uma eleição presidencial.
Os enfrentamentos ao longo do ano acabaram por isolar Eduardo . Ele enfrentou um processo criminal no STF, e seus ex-colegas do Congresso consideraram “impossível” abrir qualquer canal de comunicação com a Corte para negociar. Em dezembro, teve o mandato cassado por faltas por decisão da Mesa Diretora da Câmara.
Mesmo assim, diz que "valeu a pena" ter ficado nos Estados Unidos.
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