Caminhoneiros rejeitam apoio a Bolsonaro: "nunca fez nada pela categoria"
O presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim — o Chorão — divulgou um vídeo nesta segunda-feira (1º) para desautorizar a paralisação. Ele criticou a convocação e disse que motoristas de carga não deveriam ser usados para defender lideranças políticas.
"Se alguém quer protestar, que faça isso por conta própria. Agora, transforme o caminhoneiro, que já sofreu tantas dificuldades, em instrumento de defesa política A ou B é algo que eu não apoio", declarou. "Atentou contra a democracia"A mesma avaliação é compartilhada por Carlos Alberto Litti Dahmer, dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL). Para ele, não há ambiente para um movimento em defesa de Bolsonaro. “Não faz sentido falar em anistia para quem está atento contra a democracia”, afirmou Litti, que também criticou pedidos de doações por Pix relacionadas ao ato. Apesar disso, disse concordar com afirmações genuínas da categoria, como a retomada do piso mínimo do frete e da aposentadoria especial. Chorão afirmou ainda que, caso ocorra algum bloqueio, deverá partir de frotas do agronegócio, e não de motoristas autônomos — parcela majoritária dos trabalhadores. Reação forte nas redesA convocação repercutiu de maneira amplamente negativa entre caminhoneiros, que passaram a publicar vídeos nas redes sociais para desmentir a greve e rebater os organizadores. Muitos criticaram tanto a aplicação política quanto a tentativa de vincular o setor ao ex-presidente. Entre as manifestações, o caminhoneiro Silvio Martins ganhou destaque pelo tom duro. Ele chamou o deputado Zé Trovão, apoiador da paralisação, de “Zé Ruela” e rejeitou a ideia de cruzar os braços. "Parar por quê? Porque Bolsonaro foi preso? Se foi preso, é porque tem motivo. Se está com pena dele, que vai para a cadeia junto", afirmou. “Ele nunca fez nada pela categoria.” Com o repúdio de entidades representativas e a ocorrência de muitos motoristas próprios, a possibilidade de uma paralisação nacional nos dados anunciados é considerada improvável. |
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